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evista Diário - O seu gabinete existe fisica–

mente, claro, mas o senhor acaba impri–

mindo um ritmo bem diligente à sua atuação

como magistrado, inclusive agora que pas–

sou a responder pela Comarca de Laranjal

do Jari, não é?

João Bosco Soares - Sim, e vim do Jari re–

centemente com boas notícias, como o asfal–

tamento da BR 156, que é uma luta antiga,

iniciada ainda na década de 1930 com o Mare–

chal Rondou que idealizou essa rodovia, até

hoje inconclusa. Sobre a Comarca, o que aconteceu na

verdade foi que a colega de lá pediu remoção, o CNJ exa–

rou uma decisão proibindo remoção e promoção para o

Jari e para Oiapoque, além da 4ª Vara Criminal aqui de

Macapá, de maneira que o Tribunal me designou para

responder pelo Jari, é nesse contexto que eu estou lá.

Então estando respondendo por lá, de dois em dois

meses eu vou lá, fazer audiências, para também não dei–

xar a Sub Seção abandonada.

Diário - E uma dessas audiências foi sobre a pavi–

mentação da BR 156?

João Bosco - Exatamente, foi uma audiência pública, de

conciliação, mas sobre essa demanda a gente já vem traba–

lhando há dois anos. Havia um problema seríssimo ali com

relação a licença ambiental, pois o ICMBio fazia exigências

desproporcionais para que o Ibama pudesse emitir a li–

cença ambiental. Nós então chamamos os órgãos, DNIT,

ICMBio, lbama, enfim e colocamos racionalidade, ou seja,

que o ICMBio possa fazer exigências para a construção da

rodovia, tudo bem, mas não exigir coisas que o outro não

possa dar, que o DNIT não possa atender. Chamamos o

Iphan também para resolver o problema arqueológico, nin–

guém mais do que eu é apaixonado por questões da arqueo–

logia, pois sem esses vestígios do passado, que a gente

possa colher e estudar, a gente nunca vai compreender a

nossa trajetória. Então é fundamental que qualquer obra

pública respeite esse trabalho arqueológico, não podemos

atropelar isso, agora também em nome disso nós não po–

demos ficar inviabilizando obra pública.

Diário - Daí a audiência ser chamada de conciliação,

não é?

João Bosco - Sim, nós conseguimos chamar todos os

atores envolvidos, desde 2016 diga-se de passagem, então

o trabalho arqueológico foi todo feito, pelo menos na área

de domínio ali da rodovia, infelizmente alguns sítios ar–

queológicos já foram destruídos pelo próprio traçado da

estrada, mas o que deu para resgatar foi resgatado. E tem

material para ser resgatado, no Lote 1, chegando a Laranjal

do Jari. Hoje eu diria que temos a licença ambiental, hoje a

rodovia pode ser pavimentada sem problema algum. Para

aqueles que não sabem, o Lote 4, que vai aqui do quilôme–

tro 21 até o Rio Vila Nova, são 60 quilômetros, quando ini–

ciamos o processo judicial que o município de Laranjal do

Jari provocou, foi o município que provocou o Judiciário Fe–

deral, então nesse lote já tinha uma empresa contratada,

com ordem de serviço do Estado do Amapá, há um ano, e

não podia executar a obra por falta de licença ambiental. E

com R$ 35 milhões de reais na conta do convênio, foi nesse

contexto que nós assumimos essa questão. Hoje, no pró–

ximo verão, que é agora em julho, essa obra vai começar.

Diário - Algumas pessoas fazem confusão sobre a

divisão dos lotes, mas é porque a estrada começa no

Jari e vai ao Oiapoque, por isso o primeiro lote é o 4?

João Bosco -

É

verdade, daí os lotes são separados de

1, 2 3 e 4 de lá para cá. Só que nós vamos começar a obra

no sentido decrescente, nós construímos tudo isso em au–

diência, o Estado do Amapá conosco, o DNIT conosco, o dr.

Vilarinho, o lbama conosco, vamos fazer justiça, o ICMBio

conosco, acredite, sensível, e eu disse ao ICMBio que na

hora de fazer o projeto executivo os lotes 1 e 2, que foi eles

mais atuaram, quero vocês discutindo com a empresa,

quero que vocês participem do projeto executivo.

Diário - Ou seja, a ideia é discutir o problema na

fonte?

João Bosco - Sim, disse isso, quero que o que eles tra–

taram com o DNIT seja cumprido, honrado, então nós

temos hoje o ICMBio conosco, isso é importantíssimo.

Diário - Falou-se também sobre a possibilidade de

um desses lotes ficar sob a responsabilidade do Exér–

cito, através do Batalhão de Engenharia e Construção.

CC

Até2020 vai serpossível ir de Macapá aoOiapoque no asfalto

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Revista DIÁRIO - Edição 27 -13