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ARllGO
ElayneCantuária
Juíza de direito
Aterceira visão
V
ivemos em um mundo onde aquelas situações
chatas e desagradáveis estão sempre presentes no
nosso dia a dia, desafiando o nosso agir e equilí–
brio.
Certa feita, não faz muito tempo, fui surpreendida
com a notícia de que alguém teria feito um gesto obsceno
e grosseiro nas minhas costas, fato testemunhado por al–
gumas pessoas e complementado pela risada sarcástica
de uns que assistiam.
Embora na linha da chateação, aquela que te entriste–
ce e revolta, debrucei-me na leitura de um livro muito
bacana sobre a sabedoria havaiana do "Ho'oponopono",
uma fórmula desenvolvida por aquele povo, para dirimir
conflitos, onde em primeiro lugar você mesmo limpa e
varre da sua vida essas energias usurpadoras, transmu–
dando o pensamento para o bom e o bem. A fórmula ba–
seia-se num mantra simples e fácil que você pode até re–
petir mentalmente várias vezes e ecoá-lo, mesmo sem
acreditar: "Sinto muito, perdão, obrigada, eu te amo", es–
se último trecho refere-se ao nosso interior e nossa acei–
tação pelo que somos.
Simples mas também muito difícil: simples porque
nada tem de extravagante ou extenuante passo a passo
daqueles infindáveis roteiros de autoajuda. Difícil porque
quando alguém te manda para aquele lugar, no instinto
humano da ação e reação, a gente fatalmente quer ceder
o bilhete de passagem para aquela pessoa.
A busca do autoconhecimento é uma das grandes fa-
çanhas de todo ser humano e talvez a mais desafiadora
das tarefas.
Isso porque para que alcancemos esse desiderato te–
mos que ter um encontro marcado com nossas crenças li–
mitantes, defeitos que nem nos apercebemos e o mais
cruel de tudo isso: nós seres humanos nutrimos nossa al–
ma com malquerenças, falsidades, engodo e uma gama
de sentimentos negativos, que sugam nossa energia boa
porque no Universo somos formados da mesma matéria,
construindo uma grande egrégora, pois para ele não exis–
te o EU e sim o NÓS.
É
por isso que atraímos de volta
sempre a energia que emanamos, como um bumerangue.
Isso não tem nada de religião ou divino, ao contrário, é
pura física quântica.
O exercício de tudo isso, em suas formas mais diluí–
das, como o perdão, a gentileza, a tolerância e a lealdade,
entre outros, não é tarefa fácil pra ninguém mas nem por
isso devemos deixar de nos lapidar de pouquinho em
pouguinho.
E incrível como somos agraciados com tanta coisa
boa, vinda de todos os lados, mesmo em meio
à
turbu–
lência de viver quando temos o compromisso de nos au–
toconhecer, varrer nossas imperfeições, praticar o perdão
.... Até mesmo o terceiro olho aparece, no sentido da pro–
teção e da percepção sutil.
Gosto muito de uma frase de Olivier Lockert que diz:
Só há uma maneira de fracassar: desistir antes de tentar.
Vamos praticar?
Juíza earticulista do Jornal Diário do Amapá eRevista Diário
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Edição 27 -
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