História
Tenente Pessoa
Brasileiro,
nativista epatriota
Se existisse tal comenda,
tenente José Alves Pessoa
seria um dos mais ilustres
agraciados pelo amor ao
seu país epelo
sentimento nativista.
Texto:
Célia Alicio
Fotos:
Arquivo
entre os cidadãos que escreveram seus nomes no
panteão das personalidades ilustres do Amapá,
sem ter nascido nesta gleba setentrional, o militar
potiguar José Alves Pessoa é um dos que possuem
biografias mais ricas e admiráveis.
Dedicado a várias causas, cioso de suas res–
ponsabilidades e rigoroso em sua conduta, atuou
com competência e destaque em diversos setores
da sociedade amapaense, desde quando aqui chegou, em
1947, cinco anos após a criação do território federal do
Amapá (TFA).
Nascido em 20 de março de 1903 em Natal (RN), filho
de Antônio Paulo da Silva Pessoa e Luíza Alves Pessoa,
passou a infância em Recife (PE), e na década dos anos
1910 entrou para o escotismo, universo ao qual se dedi–
cou pelo resto de sua vida, tendo comandado uma patru–
lha que realizou o 'Raid pedestre Natal/Rio de
Janeiro/São Paulo", jornada em comemoração do Cente–
nário da Independência do Brasil, tendo sido homena–
geado pelos governos paulista e potiguar com o nome
gravado em placa em praça pública de Natal e com docu–
mentos e troféus.
Em 1923 entrou para as fileiras do Exército, e cursou
a Escola de Sargentos de Infantaria. Como combatente,
enfrentou a célebre Coluna Prestes, participou do movi–
mento de 1930, que depôs Washington Luís e colocou o
gaúcho Getúlio Vargas na Presidência do país, sob a ba–
tuta do general Juarez Távora, e participou posterior-
mente da Revolução Constitucionalista de 1932, que in–
dispôs militares e fazendeiros paulistas do PRP (Partido
Republicano Paulista) contra as forças legalistas que de–
fendiam o então governo provisório varguista que relu–
tava em promover a reconstitucionalização do país.
Durante a fase de governo constitucional, após passar
por Fernando de Noronha, comandou o Pelotão de Fron–
teiras de Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia,
sob a chefia do marechal Cândido Mariano Rondon, e, em
seguida, serviu no 27º Batalhão de Caçadores de Manaus
(AM), em 1937, e na Companhia de Fronteiras de Porto
Velho (RO) e no pelotão do Forte do Príncipe da Beira na
fronteira com a Bolívia, ambos em 1938; serviu ainda no
Batalhão de Caçadores de São Luís (MA), onde também
cursou Direito na Universidade do Maranhão até ao 2º
ano, entre 1939 e 1941; foi transferido para o Quartel Ge–
neral da 8ª Região em Belém (PA), em 1941, e, no ano se–
guinte, foi finalmente enviado para o 3º Batalhão de
Fronteiras de Clevelândia, em Oiapoque, onde foi refor–
mado como primeiro tenente Rl, em 1944.
Três anos depois chegou em Macapá a convite de Ja–
nary Nunes, primeiro governador do Território Federal
do Amapá (TFA), para iniciar então a singular trajetória
que o consagrou como um dos mais notáveis homens pú–
blicos da etapa territorial. Na capital amapaense se casou
com Valentina Costa Pessoa, e com ela teve os filhos José
Ribamar, Luiz Carlos, Luíza Maria e Tânia Mercedes. AFa–
mília Costa Pessoa tornou-se desde a sua formação uma
Revista
DIÁRIO
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Edição 27 -
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