das mais importantes e conceituadas da sociedade local.
No serviço público do antigo governo do território fe–
deral do Amapá (GTFA), iniciou suas atividades no Ser–
viço de Administração Geral, passando pela direção do
Tiro de Guerra 130, sendo nomeado representante das
Forças Armadas no Amapá, por decreto presidencial. Foi
o primeiro delegado do Serviço Social da Indústria (Sesi)
no Amapá e titular da Superintendência do Abasteci–
mento do Amapá, quando eclodiu o golpe militar em 31
de março de 1964. Não tendo concordado com o rompi–
mento da legalidade democrática e com a supressão das
garantias individuais e com o fim do Estado Democrático
de Direito, foi colocado na lista de proscritos do regime
ditatorial até 1979 quando foi beneficiado pelo Decreto
da Anistia assinado pelo então presidente general João
Batista Figueiredo.
No escotismo, seu maior feito foi, sem dúvida, a cami–
nhada cívica que empreendeu do município de Oiapoque
(então extremo setentrional do país, atualmente substi–
tuído pelo Monte Caburaí no estado de Roraima) até o
Arroio Chuí (ponto extremo ao sul, localizado no Rio
Grande do Sul). Essa jornada foi realizada em homena–
gem ao Sesquicentenário da Independência do Brasil, co–
memorado em 7 de setembro de 1972. O já quase
septuagenário Tenente Pessoa percorreu em oito meses
e 16 dias um total de 6.170 quilômetros vestido com a
farda de escoteiro e portando a bandeira nacional.
Além do escotismo, também se dedicou à maçonaria
em cujas fileiras foi iniciado e ingressou em 1934. Em sua
militância maçônica, participou ativamente, entre outros
feitos, da fundação das lojas 'Duque de Caxias' e 'Acácia
do Norte', ocupando em ambas posição destacada e tendo
sido agraciado com diversas honrarias e comendas.
No âmbito dos desportos, o eterno escoteiro também
foi um notável atleta e grande campeão nos esportes
aquáticos, diretor de clubes de futebol em Manaus, Ma–
ranhão, presidente da Federação Amapaense de Despor–
tos (antiga FAD e atual Federação Amapaense de Futebol
(FAF), da Federação de Tênis de Mesa e do Esporte Clube
Macapá, entre outros clubes e entidades desportivas do
Amapá e de outros estados.
Opatriota, nativista e idealista José Alves Pessoa fale–
ceu em 22 de outubro de 1979, deixando um exemplo de
dignidade, probidade e lisura de caráter, além de um sen–
timento de brasilidade e amor pelo Amapá que poucos
cidadãos possuem e maior até do que o sentimento que
muitos amapaenses devotam ao seu torrão natal.
Em tempos de crises econômicas, colapsos políticos,
desrespeito aos princípios constitucionais e de grave
ameaça à permanência do Estado Democrático de Di–
reito, José Alves Pessoa é um raro exemplo de amor ao
país e às causas populares em meio ao desprestígio dos
setores políticos que atualmente vêm empurrando a so–
ciedade brasileira para a lama movediça da corrupção e
da falta de brasilidade.
Revista
DIÁRIO
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Edição 27
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