tendido. Ele diz que não quer passar para a sexta consorte.
Ronaldo parece que nunca levantou a voz. Isso é incrí–
vel em seu perfil, para alguém com atividade tão estres–
sante, mas talvez o fundamental para explicar a fidelidade
dos clientes do Bar do Abreu. Durante as três décadas e
meia de existência do estabelecimento, oAbreu agora está
na oitava locação. Isso mesmo! Porém mesmo assim, pes–
soas que há 36 anos começaram a frequentar o bar, até
hoje o acompanham.
Pra onde oAbreu vai, a clientela vai atrás. Esempre au–
mentando de número. Mas Ronaldo, guardando silêncio
quanto às observações sobre a sua personalidade, tem a
fórmula exata para justificar tão intensa fidelidade: "Os fre–
gueses nos acompanham porque a gente conversa, tem
amizade; então eles não ficam clientes, tornam-se amigos''.
José Ronaldo, antes de fundar o bar; jamais pensou em
ter isso na vida. Procedente do Pará, entrou inicialmente
no ramo comerciário. De 1977 a 1982 foi gerente do ar–
marinho 'Rosely', no centro comercial de Macapá. Saiu de
lá e se meteu de sócio da 'RR Lanchonete', na esquina da
avenida Ernestino Borges com rua Odilardo Silva. Asocie–
dade foi logo desfeita e então, no mesmo local, surgia o Bar
do Abreu, então vendendo apenas cerveja.
Desde aí oAbreu não mais parou, sempre com sucesso,
sendo frequentado por artistas, jornalistas, intelectuais,
políticos, empresários e gente do povo. O bar também é
uma atração esportiva. Com diversas telas espalhadas em
seu amplo espaço, na avenida FAB, entre General Rondon
e Tiradentes, ali se assiste do hóquei ao futebol.
OBar do Abreu já foi tema de escola de samba, a Piratas
Estilizados. Faturou o primeiro lugar em samba enredo e
o segundo lugar no desfile na avenida Ivaldo Veras. Ainda,
em ano diferente, foi tema do Bloco Rolará. Oconsagrado
estabelecimento também tem um CD gravado e dois DVDs.
Além disso, oAbreu tem um livro publicado sobre ele, um
opúsculo e um jornal.
O lugar é um exemplo de onde bebida não combina
com violência. Apesar da miscelânea de pessoas de todos
os níveis, nunca no Abreu houve confusão que chegasse à
morte, derramamento de sangue ou à polícia. Quando uma
rusga acontece, fica ali mesmo, entre amigos.
Revista
DIÁRIO
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Edição 27 -
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