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Entrevista

Desembargador Tork

-

Sim.Vou sair da presidência do

Ju–

diciário com a deficiência de ver os nossos prédios deteriorados.

Agente não conseguiu, por exemplo, fazer a reforma necessária

no Fórum Leal de Mira, porque o dinheiro não deu.

Diário - Qual a procedência dessa dívida de trezentos

milhões?

DesembargadorTork-

É

de várias ordens. São dívidas por–

que não se pagou a previdência, dívida em que não houve repasse

do Imposto de Renda. Há dívida com juiz que morreu e não se

pagou. Diversas dívidas com diárias. Elas estão todas parceladas

com o pagamento em dia. Todas administradas.

Diário - Como está o processo relativo

à

reorganização

da força de trabalho no Tjap, conforme a Resolução 219 do

Conselho Nacional de Justiça?

Desembargador Tork

-

Acho que esta política pública do

Conselho Nacional de Justiça é a mais importante ao lado da apli–

cação das metas.Tivemos muita dificuldade para a implantação,

porque é uma política pública muito cara, mas estamos hoje con–

cluindo ainda a fase de implantação.

Diário - Por que essa grande dificuldade?

Desembargador Tork

-

Isso vai levar até junho de 2019,

para concluir; porque envolve não só pessoas como recursos fi–

nanceiros. Apolítica dela é muito simples: se o primeiro grau res–

ponde por noventa por cento dos processos, no nosso caso,

noventa e três por cento dos processos, é natural que tenhamos

noventa e três por cento da força de trabalho e noventa e tantos

por cento dos recursos financeiros. Mas temos dificuldade, por–

que o nosso tribunal é pequeno. Todo nosso administrativo, que

absorve pessoas, fica no segundo grau. Essa política não computa

oAdministrativo, somente o Judiciário. Ora, nós estamos com um

porcentual de aderência em tomo de sessenta por cento positivo,

mas podemos chegar com esse nível a setenta por cento. Uma

unidade judiciária, por exemplo, que tem que ter quatro servido–

res, se temos sete, eu não posso aderir. Então, temos muitas uni–

dades que numa decisão nossa não poderiam funcionar com

menos de sete servidores, porque haveria prejuízo para a popu–

lação, mas assim fizemos.

Diário - Eaí, desembargador?

DesembargadorTork-

Em razão dessa decisão, quase uma

dezena das nossas unidades judiciárias ficaram com servidores

a mais do que diz a Resolução 219. Então, estamos nessa situação,

mas no geral temos em tomo de sessenta por cento; em nível fi–

nanceiro, estamos um pouco melhor; porque chegamos a oitenta

e cinco por cento. Se formos levar em consideração a aplicação

da Resolução 219, estamos regulares, caminhando para bons. Se

formos levar em consideração o resto do país, estamos bem, por–

que a maioria está muito pior que nós. Mas estamos acompa–

nhando passo a passo. Por isso que vem a questão do assessor

jurídico do juiz, que aumenta a força de trabalho e a locação de

recursos para o primeiro grau; vem a chamada dos concursados

para recompor a força de trabalho que precisamos nas unidades

em que estão faltando servidores. Por isso que esse cenário nosso

só vai fechar; mesmo, em junho de 2019.

Diário - OPleno doTribunal de Justiça aprovou poruna–

nimidade a proposta orçamentária para 2019. Como essa

proposta será executada?

Desembargador Tork

-

Certamente vamos investir; em

obras, dois milhões de reais. Mas teremos novidades em gestão

de pessoas, como por exemplo vamos encaminhar o projeto do

Plano de Aposentadoria Incentivada para a Assembleia Legisla–

tiva, que deverá aprová-lo. Os nossos servidores vão ter reajuste;

a gente não pagava diligência negativa para os oficiais de justiça,

e vamos passara pagar. Vamos dar uma maior flexibilização para

o gestor com relação ao adicional de férias para ele poder gerir

uma verba de cinquenta mil reais por mês pra servidor; e cin–

quenta mil reais para magistrado para eventualmente na neces–

sidade de serviço comprar as férias, o que hoje não é possível.

Então, a questão da aposentadoria; do terceiro assessor para o

juiz, para o qual alocamos dois milhões de reais; a diligência ne–

gativa; concursados; investimento em obra do prédio da Justiça

na rua Raimundo Álvares da Costa e a centralização das secreta–

rias são as novidades do orçamento para 2019.

Diário - Comovai funcionar o Programa deAposentado–

ria Incentivada, chamado PAI, a partir de quando e quais os

benefícios para o magistrado, servidores e para o próprio

Judiciário?

Desembargador Tork

-

O benefício para o servidor; é que

ele, que passou pagando mais de 35 anos de previdência, agora

a previdência vai arcar com esse custo da remuneração dele.

Vamos dar incentivo para ele ser mantido no nosso plano de

saúde.A ideia do PAI é também pagar uma pequena verba inde–

nizatória para o servidorao longo de

um

tempo.

É

pegar o salário

dele alto que hoje a gente paga, mais de 20 mil reais em média;

pagar três mil e quinhentos de indenização; pagar auxílio saúde

e licença prêmio; terá que sobrar dinheiro para contratar um

outro servidor e ainda ter um ganhozinho de dez a vinte por

cento.

É

uma matemática financeira complicada.

Diário -

É

como PDVdogoverno federal?

DesembargadorTork-

Eo PDVdo governo federal, melho–

rado, porque o servidor continua vinculado ao Tjap até completar

75 anos de idade ou morrer. Explicamos que isso só ocorre se o

servidor quiser; é uma adesão. Então, a gestão ganha com isso,

pois teremos uma renovação da força de trabalho, e o servidor

terá uma outra opção de vida.

Diário - Não tem problema com o sindicato?

DesembargadorTork

-

Aproposição é do sindicato. Foi em

2014. O sindicato fez a proposição e viemos construindo-a ao

longo desse tempo, fechando em agosto.

Diário - Qual a relação que a sua gestão tem com os ou–

tros poderes?

DesembargadorTork-

É

muito curioso, isso. Em setembro

de 2010, na Operação Mãos Limpas, o desembargador Dôglas

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DIÁRIO

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Edição 28

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