cujos atores do grande teatro a céu aberto são jovens da
própria comunidade.
O processo de divulgação da festa começa semanas
antes da quadra festiva com as peregrinações das imagens
dos dois santos pelos prédios públicos, institucionais, en–
tidades e domicílios familiares de Mazagão Novo (sede
municipal) e Macapá. Oevento é divulgado massivamente
em todos os veículos da imprensa amapaense, e turistas
de vários pontos do Amapá, do Brasil e de outros países,
principalmente do Platô das Guianas, deslocam-se para a
'Terra de São Tiago' para prestigiar a festividade.
Com o recente asfaltamento da estrada que liga Maza–
gão Novo a Mazagão Velho, o tempo de viagem reduziu
consideravelmente; a rede de hospedagem pouco avan–
çou, sendo que apenas pousadas bem modestas e acanha–
das e residências de moradores hospedam os visitantes,
já que ainda não existem hotéis. Mazagão Velho ainda
mantém as feições da antiga vila e pouco se cresceu do
ponto de vista urbano, reduzindo-se a alguns quarteirões
que se alargam muito lentamente. As principais vias são
calçadas com bloquetes, as casas são simples e a igreja
matriz de Nossa Senhora da Assunção permanece impo–
nente às margens do rio Mutuacá, e próximo à entrada da
vila se localiza a capela de São Tiago.
Mazagão Velho e sua festividade resistem aos ventos
da modernidade e ao impacto avassalador dos aparatos
tecnológicos, não se deixando seduzir pelas novidades e
modas e mantendo como ponto alto da Festividade São
Tiago o fervor religioso e a devoção ao santo cujo nome é
o mais comum em todo o município, tanto quanto João,
José e Maria. Tiago denomina uma infinidade de pessoas,
inclusive na forma feminina. Além dos "Tiagos", existem
as "Tiagas". A velha vila resiste às novas ondas. Até
quando, não se sabe.
Festival Folclórico na
velha 'Ilha Tupinambarana'
O navio se aproximava do cais da pequena ilha amazonense naquele fim de tarde
de quinta-feira, 28 de junho de 2018, e já era possível visualizar os prédios, a antiga
igreja e a multidão de pessoas que chegava provocando um congestionamento de em–
barcações de diferentes portes no pequeno porto. Era véspera da primeira noite do
grande festival de boi bumbá e a cidade fervilhava em altíssima temperatura, beirando
os 40 graus. Assim é Parintins, a 'Ilha Tupinambarana', fundada pela colonização por–
tuguesa em 1796 que há mais de um século ostenta uma das maiores tradições do
folclore brasileiro e que é a maior atração turística do estado do Amazonas, polari–
zando atenções e mobilizando paixões avassaladoras tanto entre os nativos quanto
entre os forasteiros por conta da disputa entre os 'bois' Garantido e Caprichoso que
se enfrentam durante as três noites do Festival Folclórico de Parintins, um dos maio–
res espetáculos de cultura e arte do mundo apresentado a céu aberto.
Revista
DIÁRIO-
Edição28
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