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"Só toco na rua pra mostrar a arte, que não tem preço.

Se faço a coisa por amor; de coração, para mim é o melhor

comercial, muito melhor do que receber dinheiro. Deus me

deu o dom de ser músico, então por isso não vou cobrar",

atesta José Barbosa.

O artista reconhece que toca, por causa de Deus, mas

afirma que tem pacto com o diabo. E da fala à prática asse–

gura que dorme não em cama, rede ou no chão, mas num

caixão preto, uma das cláusulas do tal pacto.

Macapá não é o único santuário das músicas do grande

José Barbosa. Aliás que foi em Belém do Pará onde ele co–

meçou a tocar na rua. Depois veio para Macapá, com a

mesma finalidade, mas volta e meia está no Rio de Janeiro,

apresentando-se nos calçadões da 'Cidade Maravilhosa'.

Barbosa tem um outro projeto para divulgar a música

amapaense. Usar o Facebook. Para ele, o estado tem valores

imensuráveis. Pensa que se fosse preciso comparar a mú–

sica que se faz em Nova York com a macapaense, a dife–

rença seria mínima, a favor de uma ou de outra.

Oartista registra que viaja muito e diz observar que não

só a música amapaense é de primeira qualidade, como

também, por exemplo, as artes plásticas. Sem se estender

no assunto, cita

R.

Peixe (in memoriam) como insuperável

em relação a muitos artistas visuais famosos no mundo.

Barbosa é filho ou rebento do relacionamento de por–

tuguês com índia pura. Quer dizer, ele é mameluco. Ese dá

bem satisfeito com isso.

um presente de Deus, apesar de

que o melhor presente divino que recebi foi ser artista'',

confessa, esquecendo satanás, para concluir: "A arte não

tem preço, a arte tem valor".

Revista

DIÁRIO

- Edição 28 - 25

• Acada sábado,

Barbosa, o artista de rua

que alegra o centro de

Macapá, toca ao teclado

e interpreta na voz um

repertório diferente,

durante cinco horas

ininterruptas; ele não

cobra nada pela extensa

apresentação,

entendendo que "a arte

não tem preço, a arte

tem valor". Eque o va lor

da arte

é

mostrá-la,

disseminá-la, e ainda

que o o melhor local

para fazer isso

é

a rua.